terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Um perfeito cavalheiro - Julia Quinn

  Sophie sempre quis ir a um evento da sociedade londrina. Mas esse é um sonho impossível. Apesar de ser filha de um conde, é fruto de uma relação ilegítima e foi relegada ao papel de criada pela madrasta assim que o pai morreu. Uma noite, ela consegue entrar às escondidas no baile de máscaras de Lady Bridgerton. Lá, conhece o charmoso Benedict, filho da anfitriã, e se sente parte da realeza. No mesmo instante, uma faísca se acende entre eles. Infelizmente, o encantamento tem hora para acabar. À meia-noite, Sophie tem que sair correndo da festa e não revela sua identidade a Benedict. No dia seguinte, enquanto ele procura sua dama misteriosa por toda a cidade, Sophie é expulsa de casa pela madrasta e precisa deixar Londres. O destino faz com que os dois só se reencontrem três anos depois, Benedict a salva das garras de um bêbado violento, mas, para decepção de Sophie, não a reconhece nos trajes de criada. No entanto, logo se apaixona por ela de novo. Como é inaceitável que um homem de sua posição se case com uma serviçal, ele lhe propõe que seja sua amante, o que para Sophie é inconcebível. Agora os dois precisarão lutar contra o que sentem um pelo outro ou reconsiderar as próprias crenças para terem a chance de viver um amor de conto de fadas. Nesta deliciosa releitura de Cinderela, Julia Quinn comprova mais uma vez seu talento como escritora romântica.

   Vamos mergulhar em uma linda recontagem de Cinderela... mas não, não é de autoria da Disney, e sim da nossa querida Julia Quinn. Essa autora nos faz enxergar de uma forma diferente, olhando de verdade para os sentimentos da protagonista, enxergando a fundo os sofrimentos que ela passa por ser uma filha bastarda, que precisa conviver com uma madrasta sem escrúpulos e uma sociedade preconceituosa. Apesar da semelhança com o conto da Disney, existem algumas divergências que fazem com que a gente abra os olhos.
   Sophie é filha bastarda de um nobre, com 3 anos ela é entregue ao pai, que não admite que ela é sua filha, porém os olhos esverdeados da menina muito parecidos com o pai o denunciam. Ele a trata como sendo sua pupila e permite que viva em sua casa, seja alimentada, vestida, educada de forma respeitável, porém nunca amada como uma filha de verdade. Quando seu pai se casa a menina vê no fato uma chance de finalmente pertencer a uma família e se aproximar do pai. Mas o que acontece é bem diferente. A menina é mais afastada ainda mais  por sua madrasta e ignorada pelas duas filhas dela.
   Assim os anos se passam. Quando o conde vem a falecer tudo muda para a pobre menina. Antes Sophie tinha direito a dignidade de ser educada, bem- vestida... Agora serve de empregada para as três mulheres da casa. Ainda assim Sophie é uma moça doce, gentil, adorada pelos outros criados da casa. Araminta, sua madrasta, não apenas a faz de empregada, mas grita a todo momento com ela, não paga um salário por seus serviços - que por acaso não são poucos - resumindo, é como uma escrava.
"Fora educada com carinho, ainda que sem amor, e a experiência moldara seus ideais e valores. Agora, ela ficaria eternamente presa entre dois mundos, sem lugar definido em nenhum deles."
   A menina sempre desejou ir  a um evento da sociedade londrina, ver como é. E essa hora chega: tão querida pelos criados, eles criam a chance para Sophie poder se divertir por uma noite. No baile de mascaras dos Bridgertons, ela usa roupas de sua avó que estavam guardadas a tanto tempo e sapatos da madrasta. Eles são "a fada madrinha" dela. É tão gostoso vê-la realizar esse sonho.
   E uma coisa tornará essa noite ainda mais mágica: Benedict! O segundo irmão Bridgerton, parte dessa família tão amável e apaixonante. Eles vão se conhecer, vão se encontrar de forma tão linda, estonteante, é de deixar qualquer um aos suspiros ao ler essa cena!
"Ela deu um passo para frente e ele soube que sua vida havia sido mudada para sempre.”
 "A beleza dela vinha de dentro. Ela brilhava. Cintilava. Era absolutamente radiante, e Benedict de repente se deu conta de que era porque parecia... feliz. Feliz por estar onde estava, feliz por ser quem era."
   Porém Sophie não revela quem é, nem mesmo diz seu nome e após algum tempo juntos a nossa Cinderela precisa partir, deixando apenas - não o sapatinho de cristal - uma luva e Benedict apaixonado.
   Anos mais tarde eles se reencontram, porém Benedict não sabem quem ela é. E ela não está muito disposta a contar... Pois agora é o momento de se conhecerem de verdade, de testar se aquele sentimento mágico da noite do baile de mascaras realmente existe, e quão forte ele será para enfrentar uma sociedade tão preconceituosa, pessoas cruéis, e tudo o que vier.


"Ele já se relacionara com várias mulheres por conveniência. Sophie era diferente. Ela o fazia rir. E o fazia querer fazê-la rir."
" - Mas uma das coisas que eu mais amo - falou - é o fato de que você se conhece. Você sabe quem é e o quanto vale. Tem princípios, Sophie, e não abre mão deles. - Ele segurou a mão dela e a levou aos lábios - Isso é tão raro..."  
   E mais uma vez vamos nos apaixonar por essa família, uma matriarca que prova que não é apenas um "dondoca", ela é forte, e é capaz de tudo para proteger os filhos e lutar por sua felicidade, e claro, bastante casamenteira (risos). É um livro que nos faz refletir sobre as discrepâncias da sociedade daquela época, as desigualdades sociais, o que as pessoas passavam por não serem nobres ou por serem empregados domésticos, é claro que nem todos eram tão malvados assim e a família Bridgerton nos mostra isso, mas a grande maioria era.
   Nesse livro vamos encarar de verdade o sofrimento de alguém que não tem títulos, nem dinheiro, nem família, ninguém que a defenda do mundo e de suas maldades. Até, é claro, o príncipe encantado aparecer! Ainda assim Julia Quinn nos conquista com a realidade dura e como o amor pode mudar a vida de alguém de forma tão linda!
       Beijos pessoal! 
 

2 comentários:

  1. Oi Gabi, tudo bem
    Julia Quinn vai ter um espaço especial no meu coração para sempre! e esse foi um dos que mais gostei, por meio que comparar a história com um conto de fadas. Me deixou meio saudosa sabe? Leia os outros também, vc vai se apaixonar... e tem o último, que vai te deixar mortinha de amor! <3 Beijos, Mi

    http://meulivrodocelivro.blogspot.com.br/

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    1. Com certeza vou ler Michelle! Os livros são um amor, imagina o último... Beijos ♡

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